Agora é oficial: nova geração do Chevrolet Tracker será fabricada na Argentina
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Chevrolet TRacker - Flagra Placa Verde |
A General
Motors confirmou oficialmente que a próxima geração do Chevrolet Tracker será
produzida na Argentina. A notícia chega em meio à paralisação prolongada da
fábrica de Alvear, na província de Santa Fé, que seguirá com o ritmo
desacelerado até o fim de 2025. Ainda assim, a montadora já prepara o terreno
para retomar as atividades com foco na nova fase do seu SUV compacto.
O
anúncio foi feito pela própria GM Argentina por meio de um comunicado oficial
divulgado nesta segunda-feira (9), em resposta a uma consulta do site
Motor1.com Argentina. Segundo a nota, a fábrica adotará uma suspensão
temporária de uma semana por mês, entre julho e dezembro, como parte de um novo
planejamento regional.
“Essa medida é baseada na dinâmica das
exportações no atual cenário sul-americano e não afetará o fornecimento de
veículos para o mercado argentino, nem os investimentos para fazer as
atualizações necessárias na fábrica para fabricar a nova geração do Tracker”,
diz o comunicado.
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Chevrolet TRacker - Flagra Placa Verde |
Tracker
de cara nova ou nova geração?
Embora a GM fale em "nova
geração", ainda não está claro se se trata de uma reestilização profunda —
como a que também está sendo preparada para o mercado brasileiro — ou de um
modelo completamente novo. Detalhes sobre prazos, valor do investimento e
especificações técnicas ainda não foram divulgados.
De qualquer forma, a decisão é vista
como um alívio para a planta de Alvear, que enfrenta um histórico de
instabilidade desde a crise cambial e de importações no governo anterior
argentino. A linha de montagem do Tracker, que operava em paralelo com a do
Brasil, está parada desde maio e já vinha sofrendo com paralisações frequentes
nos últimos anos.
Anos
de turbulência
A crise que atingiu a produção automotiva
argentina nos últimos anos teve como principal origem o bloqueio às importações
e a escassez de dólares no país. A impossibilidade de pagar fornecedores
estrangeiros levou à interrupção no envio de peças e, consequentemente, à
paralisação de fábricas como a da GM. Esse cenário afetou praticamente todo o
setor, com produção instável e incertezas sobre o futuro de diversos modelos
produzidos no país.
Com o novo cenário econômico e as
restrições amenizadas, a GM agora alega que as pausas se devem à menor demanda
por exportações. O Tracker argentino é enviado para mercados como Colômbia e
Brasil — e, aparentemente, a procura nesses países recuou, justificando o novo
cronograma de produção reduzida.
Estratégia
regional e “carros redundantes”
Outro fator importante na equação é o
fim progressivo do modelo de produção de “carros redundantes” — veículos
fabricados com as mesmas especificações em mais de um país, especialmente entre
Argentina, Brasil e México. Esse modelo foi adotado como solução durante o período
de restrições comerciais, mas já está sendo abandonado por outras marcas. A
própria GM é a última a manter esse regime no país vizinho.
Volkswagen e Nissan, por exemplo, já
encerraram a produção duplicada de modelos como o Taos e a Frontier em território
argentino, buscando otimizar custos e logística. A expectativa é que a GM siga
esse caminho, e a reformulação do Tracker pode ser o início dessa transição.
E o
que vem por aí?
Enquanto a fábrica se prepara para a
modernização, rumores indicam que a nova fase do Tracker pode trazer não apenas
um visual atualizado, mas também melhorias mecânicas e tecnológicas. No Brasil,
a reestilização incluirá mudanças na dianteira, interior com mais conectividade
e, possivelmente, novas soluções em eficiência energética. Algo semelhante pode
ser replicado na produção argentina.
Nos bastidores, a GM também estaria em
conversas com a Hyundai para compartilhar instalações industriais na América do
Sul, com foco no desenvolvimento de uma nova família de picapes. Essa movimentação
mostra que a região segue sendo estratégica para grandes fabricantes, mesmo em
meio aos desafios.
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