Montadoras chinesas já são a 4ª força no Brasil

GAC
De acordo com Fenabrave e Bright Consulting, avanço chinês supera Hyundai e Toyota e ameaça a Chevrolet no ranking
As montadoras chinesas já são a quarta força no Brasil. Dados divulgados pela Fenabrave e pela Bright Consulting referentes a agosto de 2025 revelam uma mudança histórica no setor automotivo: juntas, as fabricantes da China já representam cerca de 10% do mercado nacional, superando marcas tradicionais como Hyundai e Toyota e ameaçando diretamente a General Motors, que ocupa a terceira posição do ranking.
Por décadas, o pódio foi dominado por Fiat, Volkswagen e GM, mas o avanço chinês mostra um novo equilíbrio de forças. A BYD soma 4,6% de participação, a CAOA Chery aparece com 3,2% e a GWM com 2,1%, enquanto outras marcas como Jac e Omoda-Jaecoo contribuem com 0,5%. No total, esse bloco chega a 9,9% segundo a Bright ou 10,4% de acordo com a Fenabrave, praticamente empatado com os 10,2% da GM. Mais do que números, trata-se de um marco: as montadoras chinesas deixaram de ser vistas como novatas e passaram a competir de igual para igual com fabricantes centenárias.
Esse avanço não se explica apenas por preços competitivos. A estratégia chinesa se apoia principalmente em duas frentes. A primeira é a eletrificação: a BYD domina o mercado de veículos elétricos puros com 74% de participação, enquanto a GWM lidera nos híbridos plug-in com o Haval H6 e a CAOA Chery aposta no híbrido flex. Juntas, essas marcas são responsáveis por mais de oito em cada dez carros eletrificados vendidos no país. A segunda frente é a produção local, com fábricas em Camaçari (BYD), Iracemápolis (GWM) e Anápolis (CAOA Chery), o que reduz custos, gera empregos e reforça o compromisso de longo prazo no mercado brasileiro.
O ranking de agosto de 2025 reflete essa transformação: a Fiat lidera com 21,2% do mercado, seguida pela Volkswagen com 18,3%. Em terceiro lugar está a GM, com 10,2%, mas já pressionada pelo bloco chinês, que varia entre 9,9% e 10,4%. Logo atrás aparecem Hyundai, com 7,9%, e Toyota, com 7,3%.
E vem mais marcas pela frente. A chegada de novos players como GAC, Zeekr, Geely, Omoda e Jaecoo, somada à expansão das fábricas já em operação, indica um cenário de crescimento a passos largos. A eletrificação segue em ritmo muito mais intenso do que o mercado como um todo, favorecendo diretamente as chinesas. Se essa tendência se mantiver, não deve demorar para que o “grupo China” ultrapasse a GM e se consolide como a terceira maior força automotiva do Brasil.
Agora nos resta saber: O consumidor brasileiro está pronto para ver as marcas chinesas no pódio definitivo do nosso mercado?
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