Alpine A390: o fastback elétrico de 463 cv que coloca a marca francesa no centro da disputa premium

Alpine A390 - Divulgação

Primeiro familiar esportivo da divisão do Grupo Renault chega em 2026 com tração integral de três motores, autonomia de até 555 km e preço para brigar com Porsche Macan EV

Um ano depois de mostrar o hot-hatch A290, a Alpine volta aos holofotes com o A390, fastback de cinco portas que inaugura uma nova etapa na eletrificação da marca. Concebido sobre a plataforma AmpR Medium — a mesma de Renault Mégane E-Tech e Nissan Ariya —, o modelo leva ao extremo o que a Alpine chama de “Garagem dos Sonhos”: uma gama 100 % elétrica capaz de entregar desempenho de esportivo sem sacrificar praticidade.

Fiel ao conceito A390_β, revelado em 2024, o carro de produção mantém a silhueta baixa e aerodinâmica, mas adota traços suavizados para chegar às ruas. O conjunto óptico divide-se em três níveis: DRLs afilados remetem ao A110, projetores principais ficam logo abaixo e os faróis de neblina completam o conjunto na base do para-choque, emoldurado por uma grade invertida que carrega a nova assinatura luminosa em LED por toda a largura. A traseira replica o tema com barra luminosa única, enquanto rodas de 20 ou 21 polegadas abrigam pneus Michelin desenvolvidos sob medida. O fastback mede 4,62 m de comprimento e 1,53 m de altura — dimensões que o posicionam entre um hatch premium e um SUV compacto e o deixam 13,6 cm mais curto que um Tesla Model Y.

Alpine A390 - Divulgação

A cabine, mais sóbria que a do conceito, combina duas telas — quadro digital de 12,3 pol. e central de 12 pol. — com materiais exclusivos, como bancos Sabelt em couro Nappa na versão GTS. O porta-malas de 532 litros reforça a proposta familiar, enquanto o sistema de áudio Devialet de 850 W eleva o padrão de refinamento.

Sob a carroceria, o A390 traz o que a Alpine define como o “truque da festa”: tração integral de três motores, um na frente e dois no eixo traseiro, gerenciados por vetorização ativa de torque. O A390 GT entrega 396 cv e 650 Nm, ao passo que o GTS sobe a 463 cv e 808 Nm. Este último dispara de 0 a 100 km/h em 3,9 s e atinge 220 km/h. Ambos recebem bateria de 89 kWh, capaz de rodar até 555 km no ciclo WLTP e suportar cargas de 190 kW. Um modo “Overtake” acrescenta potência extra por dez segundos, com intervalos de 30 s para resfriamento, enquanto dois perfis de som sintético — Diário e Esportivo — simulam a rosnada de um motor a combustão.

A suspensão usa amortecedores com batentes hidráulicos e direção de relação curta, buscando neutralizar o peso das baterias. Frenagem e resposta de acelerador foram afinadas para reproduzir a agilidade do A110, esportivo que se despede em 2026, mas cujo sucessor elétrico já teve o primeiro teaser exibido durante a apresentação do A390.

Linha Alpine - Divulgação

As encomendas abrem no quarto trimestre de 2025 para Europa continental e Reino Unido. Os preços estimados giram em torno de £60 mil para o GT e £70 mil para o GTS — valores que o colocam frente a frente com Porsche Macan EV, BMW iX2 e Maserati Grecale Folgore. A entrada na América do Norte, planejada para 2027, está congelada por enquanto devido às tarifas sobre veículos importados, mas a Alpine não descarta rever os planos dependendo do rumo das negociações entre União Europeia e o governo norte-americano.

Produzido em Dieppe, com motores vindos de Cléon e baterias montadas em Douai, o A390 será peça-chave para transformar a “Garagem dos Sonhos” de Laurent Rossi em realidade — e, se depender dos números, promete fazer barulho mesmo nos mercados mais disputados do planeta.

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