Hyundai prepara picape média global e avalia usar plataforma da Chevrolet S10

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A Hyundai estuda entrar de vez no disputado segmento de picapes médias e já mira rivais de peso como Toyota Hilux e Ford Ranger. Em entrevista ao site australiano Drive, o presidente da marca na Austrália, Don Romano, confirmou que a engenharia global analisa diferentes caminhos para colocar um utilitário desse porte nas ruas dentro de três anos. A opção mais direta seria aproveitar a sinergia com a Kia e adaptar a base recém-estreada da Tasman — protótipos já rodam no Brasil —, criando um modelo sobre chassi tradicional, com foco em robustez e alta capacidade de carga.

Mas a Hyundai mantém outra carta na manga: a parceria firmada em 2024 com a General Motors. O acordo, inicialmente voltado ao desenvolvimento de tecnologias elétricas e a hidrogênio, abre a porta para compartilhar plataformas convencionais. Nesse cenário, a empresa sul-coreana poderia usar a estrutura da Chevrolet Colorado — a mesma que sustenta a S10 — como ponto de partida. Romano admitiu que a equipe técnica “vai analisar o que a GM disponibiliza”, sem descartar nenhuma hipótese.

Chevrolet S10 - Divulgação


A estratégia tem forte motivação regional. Enviado à Oceania para reverter a queda de participação da marca, o executivo vê na Austrália um mercado ávido por utilitários: Hilux e Ranger lideram com folga as vendas locais. Embora a Hyundai já produza a Santa Cruz, aquela picape é menor, monobloco e exclusiva da América do Norte — portanto insuficiente para os padrões australianos. Colocar um produto médio sobre chassi no catálogo tornou-se, segundo Romano, “a prioridade número um” para preencher essa lacuna histórica da marca no país.

Quanto a motorização, ainda não há definição. Se optar pela matriz da Tasman ou da Colorado, a Hyundai contaria naturalmente com motores turbo-diesel convencionais, imprescindíveis para quem encara longas distâncias e reboque pesado em regiões rurais da Austrália. Já a adoção de trens de força elétricos — tecnologia que a marca domina — foi tratada com cautela: picapes a bateria ainda não têm penetração significativa nem na Oceania nem em mercados emergentes como o Brasil, onde a empresa também avalia eventual produção.

Kia Tasman - Divulgação


Sem cronograma oficial, Romano limita-se a dizer que, se a opção for a arquitetura da Kia, o lançamento “poderá acontecer em breve”. Caso a solução passe pela engenharia da GM, o prazo pode ser maior, já que dependeria de ajustes contratuais e industriais. De qualquer forma, a Hyundai sinaliza que pretende modernizar rapidamente sua gama global de utilitários, fortalecendo-se em um nicho onde até hoje nunca teve representante próprio em solo australiano. A chegada de uma picape média, portanto, não apenas ampliaria o portfólio da marca, mas também marcaria um passo decisivo para recuperar participação em um dos mercados mais competitivos do planeta.

Hyundai picape - Imagem gerada por IA


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