Alfa Romeo e Maserati unem forças para tentar reverter crise, mas fusão está descartada
Montadoras italianas ampliam colaboração em busca de eficiência e sobrevivência, mas mantêm identidades distintas dentro da Stellantis.
Alfa
Romeo e Maserati estão se juntando para enfrentar os desafios que têm abalado
suas operações, mas calma, nenhuma fusão está a caminho. As duas montadoras
italianas passarão a colaborar mais para melhorar a eficiência e garantir a
sobrevivência, no entanto cada uma vai continuar com sua própria identidade
dentro do Grupo Stellantis.
A
situação se tornou urgente depois que a Maserati viu suas vendas despencarem em
2024 – impressionante recuo de 57%, tendo apenas 11.300 unidades vendidas no
mundo. Para evitar que isso piore, a Stellantis decidiu agir.
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Maserati Levante - Divulgação |
Embora tenha rolado boatos sobre um possível venda da Maserati, a liderança do grupo assegura que isso não vai acontecer. Em vez disso, eles estão focados em um plano de reestruturação que visa aumentar a colaboração entre as marcas, mas sem unir tudo. A ideia é compartilhar recursos, tecnologia e, principalmente, como desenvolver novos produtos, tudo para cortar custos e acelerar os lançamentos.
Essa
confirmação veio do Santo Filicci, CEO das duas marcas, em uma conversa com a
revista australiana Drive. Ele disse que o plano já está bem definido e vai ser
apresentado ao novo CEO da Stellantis, Antonio Filosa, em uma reunião marcada
para 23 de junho. Essa reunião deve traçar os próximos passos dessa parceria.
Apesar
de estarem trabalhando juntos, a fusão não é uma opção. Na Stellantis, cada uma
tem seu espaço: a Alfa é mais focada no segmento premium, enquanto a Maserati é
sobre luxo tradicional. Mas, segundo o CEO, elas vão buscar sinergias onde
puderem, que podem envolver desde o desenvolvimento de carros até mudanças nas
redes de concessionárias e nas fábricas na Itália.
Filicci
deixou claro que a reestruturação não é só sobre os produtos. Ele comentou:
"Estamos mexendo em tudo – veículos, estrutura organizacional, redes e
fábricas. Tem muito trabalho pela frente”.
A
crise da Maserati vem de vários fatores. O ex-CEO da Stellantis, Carlos
Tavares, apontou que a qualidade dos produtos é boa, mas o marketing não
conseguiu posicionar a marca corretamente. Um exemplo disso foi o cancelamento
do supercarro elétrico MC20 porque pesquisas mostraram que os clientes ainda
preferem motores a combustão. E o tão esperado novo Quattroporte, que vai
substituir o Ghibli, teve seu lançamento adiado para 2028.
Por
outro lado, a Alfa Romeo também não está livre de problemas. O novo SUV Stelvio
e o sedã Giulia estão demorando mais do que o esperado para serem lançados. A
decisão de ter esses modelos não só em versões elétricas, mas também com
motores a combustão, exigiu ajustes de engenharia que atrasaram tudo ainda
mais.
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Alfa Romeo Milano - Divulgação |
Enquanto
a nova aliança não se aponta, os fãs e entusiastas torcem para que essa união
de duas marcas históricas traga novos modelos que mantenham aquele DNA
esportivo e sofisticado que sempre foram a cara da Alfa Romeo e da Maserati.
Vai ser interessante ver se essa colaboração é o que as duas marcas precisam
para voltar a crescer.
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